sábado, 11 de junho de 2011

A obliquidade do ralo

Somos um depósito, uma esponja que absorve, um disquete, um pen drive....hauahau...disquete....talvez alguns nem saibam o que é isso...sim....somos um depósito de coisas....boas, coisas ruins na maioria das vezes. Assistimos novelas e achamos que nossas famílias precisam sempre viver em torno de intrigas e problemas novelísticos que levamos para a vida real. Será? Mentiras, roubos, falsidades, discriminação, injustiças, traições, pois é... traição, não quero ser repetitiva, meu último texto já falava disso, mas não é eu que escolho quais os assuntos badalados no cotidiano humano.
O Pica-Pau, sabe? Aquele desenho antigo, em que o Pica-Pau fica elaborando estripulias para o Zeca Urubu e para o bigodudu Leôncio. E assim aprendemos o quanto é engraçado pentelhar a vida dos outros. Piadinhas ofensivas tornam-se nossas especialidades. E pior que nem lembramos que foi assistindo Pica-Pau que aprendemos a ser chatos e agressivos. Olha que eu nem falei do excesso de violência que aparece nesse desenho, bombas, armas de fogo, muito sangue com trituradores, moedores de carne, gaiolas, camisas de força... não falei porque acho que não é esse o problema. O problema é que, sem razões maiores, sem justificativas ou respostas para um porque, lá estão todos os aparatos que o maldito Pica-Pau precisa para desenvolver suas crueldades. Já vi muitos Pica-Paus espalhados pelas escolas dessa cidade, Pica-Paus sendo cruéis com seus familiares e amigos... aqueles que chamam de amigos por nunca terem parado para pensar o real sentido da palavra amigo.
Outra porcaria absorvida vem dos programas mal elaborados direcionados para os adolescentes. Jovens hiper maquiadas, andando em carrões conversíveis, curtindo a vida (gosto de pensar no termo curtindo a vida, podia alguns casos de curtição, ser substituído por encurtar a vida), namorando adoidado, com problemas do tamanho de uma gota d’água, vistos como verdadeiras tempestades. As salas de aula são os momentos de stand by dessas criaturas, onde eles ligam o botão do piloto automático e deixam de pensar. As baladas e o messenger são os únicos lugares importantes na face da Terra. E a família, e a vida profissional, bem, eles estão muito ocupados para estas duas últimas opções. Tanto é que nem são mencionadas...
Não sejamos personagens novelísticos, nem estúpidos Pica-Paus, muito menos criaturas Hollywoodianas fúteis que representam erroneamente o que é ser adolescente... Estamos cada dia piorando, nos transformando em um pen drive cheio de vírus ou em um ralo... onde depositam todos esses dejetos antiéticos e imorais. Vou repetir, dejetos. A merda que você caga é um dejeto. Alguém aqui que ser igual a merda?



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